quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

A felicidade nas águas turvas

Eu desci ao litoral para te sentir melhor; queria te tocar, tocando as águas. As águas estavam turvas e agitadas, não sabia se impróprias para banho, se tinham algas, mas também não fazia diferença - estava frio e não havia ninguém na praia. Havia um vento gelado que me fez sentir sua presença tão próxima de mim, apesar de estar tão distante. As águas, como já disse,  estavam turvas e apesar de não as ter tocado, elas mostravam estar pouco receptivas, quem sabe me sentiria mal se as tocasse. 

Mas o mal veio sem que eu te tocasse...você não respeitou a minha luta para construir algo. Para você, apenas basta um lustro no seu ego (quantos egos você tem?) para que se sinta bem. Bastam meia dúzias de palavras mal escritas para revelar e justificar as suas águas turvas...entretanto as águas turvas hoje são turvas, amanhã não. Então as águas não representam e possivelmente nunca vão representar o que você tem guardado dentro de si mesma. O que você tem é o que todo mundo tem, um coração, mas com uma diferença - ele não quer mudar. O seu é como as águas turvas, infelizes hoje e que fazem infeliz quem as desejam. Mas as águas são felizes - as águas  mudam e amanhã serão límpidas. O seu coração parece desejar para sempre ser turvo.

O seu coração turvo não basta dentro de você mesma. Ele precisa mostrar para todo mundo seu interior; mas ninguém percebe, apenas eu - desculpe a arrogância - percebo. O seu prêmio é mostrado para todos, inclusive para mim, que não tive a minha luta recompensada...a minha luta para te amar diferente. Eu não preciso justificar seu coração turvo, você parece que terá prazer em fazer isso, com suas palavras obtusas e indiferença travestidos de amor.

Eu, felizmente voltarei a ver o mar límpido, por vezes turvo. Voltarei e ficarei feliz, seja como ele estiver, não importa a estação do ano. Estarei feliz e mesmo que o vento frio que vem do mar corte minha pele, não lembrarei mais de você. Isso porque você não está no mar - ele tem vida, se renova sempre, vai e vem. Não lembrarei mais de você, pois você estará ensimesmada com seu mundo, seus prêmios, suas palavras desconexas porque você assim quis. O seu egoísmo estará no seu coração turvo, que escondido do mundo, pulsa dentro de você com o seu consentimento. O seu coração turvo com suas linhas em branco (que contradição!) que não aceitaram minha história de te fazer feliz. Apenas ficarei triste se, no futuro, seu coração ainda estiver turvo e não permitir mais nenhum raio de sol, por mais breve que seja...nenhum raio de sol...que mesmo tímido nos mostra que a vida segue o rumo e se renova, se movimenta sempre assim como as águas do mar.

4 comentários:

ALRC disse...

Gosto da maneira que escreve!A paz!

Marcos Vinicius Gomes disse...

Obrigado Amanda!

ALRC disse...

Esse texto merece um prêmio...Interpreta-lo é fundamental para compreende-lo

Marcos Vinicius Gomes disse...

Amanda, esse texto reflete algo que aconteceu em minha vida e que ainda não foi completamente apagado. E tem que ser apagado. Mas quem disse que é fácil?

Abs.